sexta-feira, 23 de julho de 2010

Enquanto isso no Brasil...


Eu gosto muito de contar as coisas que me acontecem aqui no Cabo Verde como forma de incentivo para jovens que sentem vontade de trabalhar para Deus!
Mas acontece que muitas vezes posso parecer muito pouco prática já que estou no Cabo Verde e vocês em realidade quase 100% diferente dessa realidade que vivo.
Então hoje eu pude trazer uma experiência de um grupo que está começando no Brasil - SP, com muita vontade de servir a Deus e procurando a melhor forma para isso!
Nesse ultimo sábado passado eles puderam ter uma experiência mais prática disso e vou deixar eles mesmo contarem!
Inspirem-se! Porque seu serviço para Deus pode ficar ainda melhor!



Não parecia sábado
Cristianismo prático!
Aos desavisados, pode parecer demagogia ou senso comum, mas era exatamente isto que 9 jovens buscavam no dia 18 de Julho. Para tentar viver esta experiência, escolhemos 2 programas: visita ao HASP (Hospital Adventista de São Paulo) e à ONG VIDA NOVA.
Os mais céticos já devem estar se perguntando: “Visita em hospital adventista? Éh!!! esses fraldinhas querem fazer trabalho missionário dentro da bolha adventista!”
Por incrível que pareça, esta foi minha primeira reação quando falamos sobre visitar este hospital. Pensei que todos pacientes fossem já adventistas e que todos estariam com suas famílias os acompanhando tornando seus momentos de fragilidade menos dolorosos, mas não foi exatamente isto que encontramos.
Chegamos às 8 e 30 para afinarmos nossos instrumentos. Sim, tínhamos 3 violões, 2 gaitas, um trompete e vozes. Pode parecer muito barulho pra um hospital mas conseguimos fazer um som aceitável.
Para esquentar os motores, um culto com os enfermeiros e colaboradores do HASP. Foi interessante ver a receptividade. Parecia que estávamos fazendo muuuuita coisa indo até o hospital.
Depois, iniciamos nossa jornada de visitação aos quartos. Eram 20 pacientes, se não me falha a memória. Começamos as visitas. No início, muito “amarrados” e pouco confortantes, mas aos poucos, nos envolvemos com os pacientes, brincamos com eles e até vimos alguns poucos tirarem um sarro do nosso grupo heterogêneo.
Em alguns quartos, era mais difícil conter as lágrimas do que tocar o trompete. Um quadro que ninguém gosta de ver. Mas se fugirmos desse ambiente, certamente o quadro piora e o ostracismo dos pacientes faz a situação ser mais implacável.
No final das contas, muitas surpresas: a maioria dos pacientes era não adventistas, noventa por cento dos pacientes aceitaram a visita e foram receptivos, há carência comprovada de visitantes mesmo no hospital adventista, há um capelão muito engajado e bastante envolvido nas questões do hospital que precisa de muita ajuda de voluntários...
Depois desse momento, quando normalmente já estaríamos saturados de ajudar ao próximo, rumamos da Liberdade ao Capão Redondo. Fomos conhecer o projeto da ONG VIDA NOVA.
Simplesmente genial! Muitas crianças de idades variadas freqüentam esta ONG como alternativa à falta de alternativa que lhes é imposta pelas circunstâncias.
Há alguma oficinas nas quais as crianças aprendem sobre assuntos variados, desde música, cinema, artes, etc. Tem até uma “brinquedoteca” para os mais novos. Essa iniciativa merece muito mais enfoque, mas ainda tenho pouco conhecimento sobre ela. Mando o link do site para que os interessados possam acessá-lo e possam ver a consonância que existem entre a necessidade destas crianças e nossa oferta de voluntariado. http://www.vidanovapravoce.com.br/#
O que pudemos notar nas poucas horas que ficamos nessa ONG é que as crianças tem aprendido mais do que as oficinas tem ensinado, elas começam a valorar o respeito e as regras básicas de convivência.
De noite, para fechar o dia, confraternizamos comendo uma panqueca. Perfeito!
Agora voltando para os 9 jovens que queriam a experiência de “cristianismo prático”, os depoimentos foram variados. No entanto, a tônica foi uma só: Precisamos replicar experiências como essas com freqüência!!!
Trabalho não falta: há um sem número de ONG’s, asilos, albergues, creches, hospitais, visinhos.
Particularmente, fiquei feliz pois não “lacei o sol” a fim de puxá-lo e acelerá-lo. Não fiquei em contagem regressiva. No fim do dia percebi que foi um sábado tão deleitoso que nem parecia sábado.
Era isso que Deus queria que fosse o sábado? Agora fez sentido!!!



Deus é bem criativo na forma como Ele quer que O sirvamos... Escolha uma dessas formas!
O contato desse grupo é Rodolfo - rodolfo.benevenuto@gmail.com e Daniel dmva@hotmail.com

Tenham um excelente sábado e que ele possa ser de Verdade!

Abraço

Aline

domingo, 18 de julho de 2010

Ele protege!


Como já contei há algum tempo atrás, estive fazendo um trabalho mais especifico na cadeia civíl!
é um lugar de difícil acesso e muitas vezes pouco agradável. Comecei a faze-lo dentro da ala masculina, mas aquilo estava me incomodando, mesmo sendo informal e um estudo bíblico rápido, ainda assim era um ambiente hostil e pouco protegido!
Foi então que designei o serviço para outros homens da igreja e comecei a trabalhar com as mulheres durante a semana e com cultos de sábado!

O trabalho com as mulheres frutificou muito e agora tem sido contínuo! Todos os sábados grupos de mulheres adventistas cantam com as coletâneas que consegui montar com a ajuda de alguns membros daqui, fazemos estudo bíblico "A Bíblia Ensina Jovem" e anotamos os pedidos de oração para orar durante a semana!


Como de costume entramos em um sábado de manhã na cadeia, passamos pela revista, e então os guardas prisionais nos encaminharam para as alas!
Existem 2 alas masculinas que fazem culto de manhã e uma feminina! Os homens que nos acompanhavam para fazer o culto foram logo dirigidos às suas respectivas alas.
Mas eu estava acompanhada de outras 5 mulheres, e então ficamos esperando até que nos chamassem. As detentas tem obrigações simples antes de poderem ir para o nosso culto, assim sempre temos que esperar um pouco até que possamos entrar em contato com elas.
Esse sábado, no entanto seria bem diferente dos outros!

Eu estava levando mais 60 estudos Bíblicos para a ala das mulheres, pois a maioria ainda estava sem.
A minha mochila estava pesada e não tínhamos lugar mais para esperar, foi então que um guarda prisional nos chama a acompanha-lo. Fomos sem entender muito e percebemos que estávamos entrando no pavilhão masculino, me perguntei se por um acaso as mulheres tinham acesso aquela parte, mas continuei acompanhando, não conhecia aquela parte, pois só tinha acesso para dar estudos bíblicos semanais à área externa da prisão. Quando chegamos a um portão de ferro entre longos corredores, o guarda disse: "Hoje vocês assistirão o culto aqui!", entramos em uma quadra de esportes improvisada com o teto aberto e protegido por grades. Lá dentro estavam os irmãos da igreja que foram conosco para a Cadeia civil para o culto daquele sábado de manhã. Eles já tinham começado o hino inicial com os 93 presos que lá estavam e, sem que eu pudesse dizer mais nada a porta de ferro foi fechada nas minhas costas!
Eu não costumo ter medo de muitas coisas.
Já fui assaltada aqui. As vezes sou obrigada a pegar táxi muito tarde e andar por ruas que conheço muito pouco. Já tive que fugir de bêbados e homens com pouco pudor ou decência, Mas dessa vez o medo subiu pela minha espinha e me arrepiou o cabelo!
Talvez por saber a realidade prisional do Brasil, isso tenha parecido mais medonho para mim do que para as mulheres que me acompanhavam. A questão é que no Brasil não se coloca 5 mulheres no meio de 93 presos sem nenhum guarda por perto! Isso seria um caminho a um desastre.
Eu respirei fundo e disse a Deus: "eu não faço idéia do que Você esteja fazendo, mas acredito na Sua proteção!"
Quase que instantaneamente Deus me lembrou dos estudos bíblicos e quando um dos presos que regia o hino inicial me chamou a frente para dirigir o culto, eu já sabia o que fazer.
Entreguei os estudos que eram poucos, mas suficientes para começar a primeira lição!
Lá estudei e ensinei-lhes sobre a existência de Deus. Conversamos um pouco sobre Suas características e sobre Seu imenso amor. Todos participaram e se envolveram como homens civilizados do Senhor. E aí eu vi a mão de Deus!
Eu nunca teria entregue esses estudos a eles se não fosse essa intervenção divina.
Ele sabia que a ala masculina precisava tanto disso quanto a ala feminina.
Eles continuaram os estudos com os homens, e eu não precisei mais ir até aquela parte da cadeia.
Quanto às mulheres, pude entregar a elas no sábado seguinte e terminar os estudos que havíamos começado.
Mas quanto a mim, pude comprovar mais uma vez a transformação que Deus faz na vida das pessoas e ainda pude entender que Ele me protege porque o Seu intuito é bem mais real e divino que o meu!


Grande abraço aos queridos...
Saudades imensas

Aline Camargo
(com 2 semanas de Cabo Verde pela frente e contando!)

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Não tem explicação!





Há alguns domingos atrás acabou a campanha de rua! Foi interessante pq no final dela aconteceu um lindo batismo. Já tinha participado de alguns por aqui depois de ter acabado as turmas de Classe Bíblica. Mas esse foi diferente.
Foi na rua, em um tanque (caixa d´agua) e mesmo ao ar livre, conseguimos sentir a presença de Deus!
Jovens se entregaram publicamente a Deus e muitos foram conferir!
Muitos gostam do evangelho e de aprender sobre o evangelho. Mas não conseguem coragem para deixar a tradição atual e dizer para todos que agora querem seguir à Jesus!
Entre os batizandos um se destaca: WLA!
é esse menino na foto.
Ele é alguém muito feliz. Aliás, constantemente Feliz!
Possui uma vida simples e segundo os padrões desse mundo, sem motivo algum para ser feliz. Mas é!
Wla mora na casa da tia, que nao o alimenta e nao permite que ele use a agua da casa nem para tomar banho. Mas ele trata bem a tia e a familia.
Ele nao consegue emprego porque nao conseguiu terminar os estudos básicos. Mas nunca se revoltou com a sociedade.
Nunca recebeu nenhum dinheiro de sua mãe que mora em Portugal mesmo ela entregando aos outros irmãos. Mas ama a mãe e fala dela com imenso amor!
O mundo nao o trata bem, mas ele responde com um grande e branco sorriso!
Esse é o Wla!

Comecei a dar estudos para ele em Abril. E desde o primeiro estudo ele já queria se batizar! A cada estudo ele saia mais feliz, e nos deixava muito feliz por isso também.
Um dia, antes de começar os estudos, ele disse: "Ah Aline, eu estou tão feliz! Jesus é meu amigo e agora a vida é mais leve! é como se tivessem tirado um homem de 90 Kilos das minhas costas!Nada mais consegue me fazer deixar de me alegrar no Senhor!"
Eu me emociono com a vida do Wla. E não foi diferente com o seu novo nascimento! Cantei para eles antes de descerem as aguas! E depois ele chorou muito com um sorriso enorme e disse para toda aquela gente curiosa na rua! "não tem sensação melhor, nem decisão mais sábia a tomar!"
Esse menino sem ter motivos materiais para crer em Deus creu... Sem motivos de ser feliz, é. e sem motivo de ser gentil, escolheu ser! é nisso que se resume a transformação de Jesus: Amar, ser feliz e crer sem aparente razão.

Saudades de Todos!

Aline